domingo, 17 de junho de 2007

Foi só como sempre


Aquela lágrima não deveria ter caído
porque afinal não houve surpresa
nenhuma novidade, totalmente previsível
Foi só como sempre, não é?
Como qualquer coisa
E como qualquer coisa que foi,
será relegada ao plano das coisas
sem estirpe, sem nada de divino
sem a menor importância, sem magia...

terça-feira, 12 de junho de 2007

Até o Sempre-Agora


Aquele belo me encanta de muitas maneiras
Maravilhosamente intenso, incrível em suas paixões,
fascinante em sua profundidade
Porque como eu já disse, ele é sangue, carne e dentes
Quero desdobrar todos os seus mistérios
Roubar seu sossego, marcar sua memória

Sou livre, mas meus pensamentos neste momento
não me pertencem
Meus desejos não me obedecem e
os seus braços são tudo o que quero
E não importa até quando e não importa de que forma
porque se for assim no sempre-agora,
é esse o momento que me importa

domingo, 10 de junho de 2007

Sorvida em pequenos goles


Dia opressivo e denso
Me sorve em goles pequeninos
Me crava de preocupações inúteis
Rouba a criatividade que me alimenta
Me atira no vácuo
Me suspende da euforia
Nada que possa respirar
Nada a contemplar
Nada a viver
Resto letárgica num mar lodoso

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Te virar do avesso




Fiz as pazes com o tempo
Deslizei no espaço, me enrosquei com a própria vida
Hoje os brilhos não se apagam e as cores não esmaecem
Me preocupo só com o que é bom e o resto esqueço
Rir - hoje é só isso
Rir com você, sem você, de você e de mim
Contar histórias e descobrir a tua vida
Te virar do avesso, arrancar tua roupa

Rasgar teu sorriso, te cravejar de lembranças

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Technicolor e P&B


Pétalas, plumas, pincéis. Nanquim, bico de pena, carvão.
Um dia que se vai, technicolor e P&B
Um dia que não se construiu, passou...
Dia de cintilações fugazes, dia em tons de cinza
De raciocínio embotado, de preguiça enfiada goela abaixo
Se a lágrima correr, talvez seja só um convite do sorriso...

domingo, 3 de junho de 2007

Ao vento


Entre os cacos de vidro vislumbro alguma beleza
os fragmentos que buscam ferir também possuem cores vibrantes
Reflexos de promessas, qualquer coisa vaga que se pode partir num instante
Qualquer coisa que se busque ou se encontre sem querer
O efêmero que é a própria essência da vida
e efêmero que é a própria razão de ser
e que por assim ser, evoca o vento
Os dias que passam e aqueles que na memória ficam
mas que de qualquer forma, também passam
As palavras que cortam, as palavras que beijam
as vazias e as carregadas de emoção, mas todas elas palavras
só se tornando algo maior quando o tempo lhes empresta significado
As feridas que ainda sangram e também aquelas já cicatrizadas
todas elas doeram, por todas elas sofremos, por todas elas choramos
a diferença são os vôos do vento
E com o vento fico nesta tarde vazia
que em nada seduz, apenas uma sombra no rosto

sábado, 2 de junho de 2007

Mistérios


Será mesmo que o jogo era só de palavras?
As pistas estão por aí
Flutuando no ar, no tempo, ao vento
Vem comigo?
Agarre sua resposta se puder
Desta vez você dá as cartas
O jogo que você joga eu
jogo há muito tempo
E no entanto não quer dizer que
seja só um jogo
Te descobrir me agrada
Me achar refletida no brilho
dos teus olhos me alegra
Vencer ou ser vencida?
Nenhuma das duas alternativas
sequer passou pela minha cabeça...