domingo, 27 de abril de 2008

Cera

A chama tremulando em intervalos regulares
me faz entender que a vela quer se apagar
A mesma vela cujo calor costumava me abraçar
de um modo tão singular...
E parece que sou eu toda feita de cera
algo derretido, desmanchado, convulcionado
Dedos que não sabem onde se agarrar
fios que parecem sutis demais
Destino que se turva, ferida que se abre
olhos mornos, ou seriam mortos?
Dúvidas imperiosas, medo...

terça-feira, 15 de abril de 2008

Alucinógeno

Acorde, Alice!
Outra vez mergulhada em devaneios?
Outro chá a convite do
Chapeleiro Maluco?
Um pequeno acontecimento
capaz de soltar as engrenagens do mundo!
Num instante tenho três metros de altura
e a Lebre de Março me conta
que são 6 horas da tarde
Certos instantes perfeitos que mereceriam
uma pausa mais longa
Um Gato Que Ri
uma, duas, dez mil vezes seguidas
da ironia das circunstâncias
Enquanto o Coelho Branco,
um tanto encardido que se fez seguir
desaparece no horizonte
A Lagarta Bill me enerva,
pois limita-se a observar a exaustão
de cores que se estende diante de mim
do alto de seu gordo cogumelo alucinógeno
O jogo começa, mas uma vez que não tem objetivos
definidos, também não pode ter um fim...