quinta-feira, 31 de maio de 2007

Capricho


Eu não queria, não podia, não devia, não seria prudente, não parece razoável, não faz sentido,
é irreal, estranho, intrigante
Mas é fato.
Estou com saudade!
Me embaralho, me enrolo, nego.
Discuto comigo mesma.
Procuro desculpas, me enterro em qualquer coisa.
Nada me cura dessa vontade de você.
A saudade está aqui e não venha com esse papo: "Como é possível, se..."
Sim, meu bem, te vi mas não pude sentí-lo...
De que adianta então?
Não me satisfaz a pura contemplação da tua carinha atrapalhada!
Quero beijos, abraços, pele, quero sentir o vento no rosto,
Me abandonar à correnteza e te arrastar comigo
que as águas me levem, não importa o destino
Sendo intenso, dure o tempo que durar
Quero mil coisas ao mesmo tempo
e você se encaixa perfeitamente nessa loucura


terça-feira, 29 de maio de 2007

Algumas conclusões importantes - Meu primeiro presente do tempo


Os dias de amor intenso, de paixões revoltosas
vieram me contar que a certeza e a verdade absoluta guardam muitas semelhanças - nenhuma das duas existe
Dias de ansiedade corrosiva e inútil
avisaram-me que compromissos são formas tolas de tentar se obter garantias ilusórias
Quando meus olhos se enganaram com o brilho de outros olhos
entendi que paixão é diferente de simples encantamento
Quando protelei minhas decisões
descobri que deixar para depois é sempre o maior dos riscos
Nos dias que as lágrimas escorreram e me lavaram a cara
compreendi que a dor pode ser inevitável, mas permitir que o sofrimento perdure é mera questão de opção
Certas ocasiões em quem me vi sem mais palavras e nenhuma solução,
me mostraram que tratando-se de sentimentos, às vezes explicar demais confunde mais do que esclarece
Os momentos em que fui implacável e me senti ridícula
fizeram com que eu aprendesse que a palavra "namoro" não oblitera o dever de compreensão
e que amor implica respeito, sobretudo às escolhas alheias
Crises enfurecidas de ciúme
sublinharam que namorar é diferente de possuir
Dias vazios gritaram nos meus ouvidos que
a única fidelidade digna, é àquela aos próprios sentimentos, todo o resto é hipócrita
Desde sempre eu soube que sem amor próprio, não existe amor a mais ninguém,
apenas obsessão
Mas, o amadurecimento me trouxe o equilíbrio para enxergar,
que o orgulho é a camuflagem da insegurança
O mínimo de raciocínio serve para comprovar
que "prender" é diretamente proporcional à "posse", que por sua vez,
é inversamente proporcional à qualquer forma de amor
Um imenso tempo desperdiçado foi
o que me fez entender que supor alguma coisa é quase como jogar na loteria - a chance de acertar, apesar de existir, é bem remota
Os instantes em que sofri com a dor que causei
fizeram com que eu percebesse que, às vezes, machucamos mesmo amando e que
uma ferida dói sempre, ainda que não tenha havido a intenção de ferir
Certas noites em que me perdi no deserto dolorido do "eu sem você"
me responderam que fazer planos é bom, mas estar preparada para abrir mão deles é imprescindível
Nas manhãs ensolaradas carregadas de paz e sorrisos
me dei conta de que amar não implica, necessariamente, estar junto.

sábado, 26 de maio de 2007

Sangue, carne e dentes




Querido, não posso dizer que ele não me comove
que não é parafina quente sobre pele fria
Não posso dizer que seja só mais uma
"travessura da menina má"
Ele é mais que isso porque me faz rir
É mais que isso porque aquela cara
de apaixonado tem o poder de me tornar maleável
Porque ele enxerga alguma coisa a mais
do que todo mundo
Porque é profundo e passional
Porque é deliciosamente impulsivo
E eu me sinto incrivelmente viva
Porque ele é sangue, carne e dentes

domingo, 20 de maio de 2007

Sendo conduzida

Não, meu amor,
não quer dizer que eu não te ame
Quer dizer apenas que tenho meus
dias de "menina má"
Talvez ainda um sinal de que
seja curiosa
e um tanto
incompetente na direção
dos meus pensamentos
Digo ainda que pode ser só
vontade de me abandonar à correnteza
deixar as águas me levarem para
onde bem quiserem
Afinal, talvez haja um bela surpresa
na próxima curva

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Teu quarto


Nos quatro cantos estrelas
Teus olhos que brincam,
meu universo verde
Espaço flutuante que
me torna incontestavelmente tua
Naquele reduto tão meu quanto teu
cheiros de gente
não são cheiros de flores,
não são só perfumes,
são aromas de corpos
é tua pele na minha
Ar úmido de suor
duas bocas sorrindo
almas que se misturam


terça-feira, 1 de maio de 2007

Equilíbrio incongruente



Algo me diz que ainda vai dar samba
posso estar enganada, querido
Enganada pelo meu próprio desejo
mas tem algo chacoalhando aqui dentro
num ritmo que em nada combina com dor
Tem algo me dizendo que você volta
e que dessa vez eu não vou querer errar
Alguma coisa vibra, me pondo de pé
alguma coisa que também me segura
para não correr demais
Brotou um equilíbrio sabe-se lá de onde,
mas que por ser equilíbrio instaura uma
auto-desconfiança aqui dentro
Convenhamos, equilíbrio e eu não
são duas coisas assim tão próximas
Não sei até quando essa ordem permancerá
Talvez desabe logo arrastando panelas com estrondo
Talvez só dure até os útlimos instantes desse dia simpático
Porque só hoje decidi sorrir ignorando
o chato emaranhado de questionamentos
que preciso desfazer...

Sem querer esperar

Meu corpo permanece aquecido pelo
calor da lembrança
Ou seria minha alma que se encheu
de esperança ante ao teu encantamento?
Perguntas, todas tolas, que já não quero responder
Talvez sejam elas, torturantes, minhas grandes inimigas
Ah, querido deite-se ao meu lado e deixe-se ficar!
Desamarre as amarras das tuas determinações
Guarde as convicções numa gaveta bem funda,
para depois esquecer onde as enfiou
Vem, que o tempo não é assim tão amigo
e nunca se sabe o que pode haver no futuro