sábado, 26 de setembro de 2009

Ansiedade

Esperando as respostas que ainda não vieram
Os sonhos que esqueci de sonhar
O destino que ainda não chegou
A viagem que ainda não fiz
Ceifando impiedosa o que já não serve,
Construindo espaços
Arquitetando o futuro
Mudar, trocar, redimensionar
Sorrir, tremer,
Desejar para ontem
Adormecer com a certeza
de que se concretiza amanhã
e acordar com a dúvida
A dúvida, a dúvida, sempre a dúvida,
Sempre ela, embaralhando meus minutos,
engolindo meu próprio estômago,
jogando com o tempo,
mas, o que sou eu sem ela e ela se mim?
O que é meu mundo na mais perfeita ordem,
de oceanos mansos e respostas sempre iguais?
De qualquer forma eu sei,
eu sei que será imensamente perfeito!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

As marés

Pérola bela que veio à tona
Flutua, pisca um olho,
vira uma cambalhota
Na superfície, sorri
pronta para ser colhida,
sorvida, vivida...
Espuma suave, fruto de
uma onda turbulenta
que rompeu-se tão profundamente
que cuspiu qualquer
resquício do que já não servia
Águas serenas, francas, gentis,
fluindo, fluindo, carícia sem fim...
Dança macia da paz que
banha, que sobe e que desce,
assim como as marés,
mais ou menos intensa,
no entanto, constante...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Rainhas, Princesas, Gatas e Boneca


Para aquele que além de Rainhas,
Princesas e Gatas, também tem a Boneca
Porque a vida que é vida,
que não é mera sobrevivência,
ácida, árida,
cede espaço ao sonho
O sonho não tira,
acrescenta, nutre, alimenta,
enche de vida!
A vida que vale ser vivida,
não faz prender o fôlego,
não induz ao medo, ao receio,
à exclusão da identidade,
à retirada abrupta do tempo,
do chão, da alegria
De que vale a vida nefasta, sombria,
taciturna?
A vida que, de fato, se propõe a ser vida,
em nada se assemelha aos arames que cerceiam,
que estrangulam o amor, massacram almas
O amor precisa de oxigênio, é algo vivo e
como tal, precisa respirar
Se mete-lhe uma cúpula em cima,
não se excluem os riscos,
abafa-o, fenesce...