sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Para sempre 16



Menino querido, para sempre menino nas minhas lembranças
Não me importa que seja já um homem,
para sempre vou elogiar teu cabelo!
Talvez para te infernizar, talvez para roubar um sorriso...
Esta noite indiferente me inspira um único desejo
Que nunca te faltem forças para ser feliz
Porque, meu querido amigo, não deve contentar-se com nada menor que a plenitude
Tomo a liberdade de me apoderar de algumas palavras, outrora tuas, para dar o meu recado
Não espere a nuvem passar para poder enxergar
Você cresceu querido, tome tua vida nas mãos,
Abane as nuvens do caminho
Se você quer mais, vá e tome
O tempo sempre é curto, mas sempre há tempo
Speed Bee (quero mais um sorriso!) qualquer que seja sua decisão estarei do seu lado e você sabe o quanto isso vem da alma.

sábado, 11 de agosto de 2007

Agosto


Não baby, não vou te prender ao meu lado
Meu amor não tem correntes
A minha certeza não é mãe das tuas dúvidas
Mas sabe, certas dores paralisam,
congestionam, embotam as palavras
Minha razão, infelizmente, tem asas como as da galinha
insuficientes para voar tão alto quanto minhas emoções
Coração se contorce modelável,
espremido na carne clara amedrontada
Quero ser leveza, quero ser beleza
Leito macio onde repousar tuas dores
Tenho horror aos travos,
aos frios que dão na alma,
aos pacotes despedaçados
Tenho horror ao que é imposto
e por isso não imponho a mim mesma

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Entorpecimento

Sugada por um turbilhão de cores
girando, girando
Entorpecida, feliz,
Um tanto perdida
São mãos que procuram
Olhos que se fecham
Minha boca que te chama
Ela sempre te chama
Mas eu simplesmente não
quero encontrar mais nada
Você que me ache
Quero me perder, me deixar levar
Tons que se misturam
matizes suaves
abro meus olhos
só não sei os meus passos...

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Catene della esistenza


Essere libera è non avere mai il bisogno di nulla
Ma propria la vita è bisogno
Bisogno d´aria, bisogno di crescere, d´impare qualcosa
Di riempire il cuore con un po´d´amore
Catene della esistenza
alimentano ma anche distruggono
fanno sorridere ma poi piangere
Soltanto la conoscenza c´è un senso
Soltanto lei non si può mai perdere
Ma anche lei si diventa lacrime
perché più si sà, più si desillude
La libertà sembra una utopia
Qualcosa inventata da una mente sognatrice
Da qualculno che non conosce la realtà
da un bambino guardando un gabbiano nel ciello d´estate

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Sensações

Eu saí da minha caverna só para ver você
A toca é de vidro, ver já te via,
mas precisava ir além
Dessa vez precisava sentí-lo, tocá-lo, prová-lo
Ainda que exposta a todo tipo de dor
vulnerável, nua, sem escudos
Talvez esteja colocando minha cabeça à prêmio
Chi lo sa?
No entanto, agora já estou fora dela
então, vamos passear um pouco!
Quero sensações, quero beijos, quero teu corpo
Quero cores, cheiros, sabores
Me imprimir na tua pele, te marcar para sempre
Te arrastar comigo por mares e vendavais
Quero sentir, ainda que seja dor...

domingo, 17 de junho de 2007

Foi só como sempre


Aquela lágrima não deveria ter caído
porque afinal não houve surpresa
nenhuma novidade, totalmente previsível
Foi só como sempre, não é?
Como qualquer coisa
E como qualquer coisa que foi,
será relegada ao plano das coisas
sem estirpe, sem nada de divino
sem a menor importância, sem magia...

terça-feira, 12 de junho de 2007

Até o Sempre-Agora


Aquele belo me encanta de muitas maneiras
Maravilhosamente intenso, incrível em suas paixões,
fascinante em sua profundidade
Porque como eu já disse, ele é sangue, carne e dentes
Quero desdobrar todos os seus mistérios
Roubar seu sossego, marcar sua memória

Sou livre, mas meus pensamentos neste momento
não me pertencem
Meus desejos não me obedecem e
os seus braços são tudo o que quero
E não importa até quando e não importa de que forma
porque se for assim no sempre-agora,
é esse o momento que me importa

domingo, 10 de junho de 2007

Sorvida em pequenos goles


Dia opressivo e denso
Me sorve em goles pequeninos
Me crava de preocupações inúteis
Rouba a criatividade que me alimenta
Me atira no vácuo
Me suspende da euforia
Nada que possa respirar
Nada a contemplar
Nada a viver
Resto letárgica num mar lodoso

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Te virar do avesso




Fiz as pazes com o tempo
Deslizei no espaço, me enrosquei com a própria vida
Hoje os brilhos não se apagam e as cores não esmaecem
Me preocupo só com o que é bom e o resto esqueço
Rir - hoje é só isso
Rir com você, sem você, de você e de mim
Contar histórias e descobrir a tua vida
Te virar do avesso, arrancar tua roupa

Rasgar teu sorriso, te cravejar de lembranças

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Technicolor e P&B


Pétalas, plumas, pincéis. Nanquim, bico de pena, carvão.
Um dia que se vai, technicolor e P&B
Um dia que não se construiu, passou...
Dia de cintilações fugazes, dia em tons de cinza
De raciocínio embotado, de preguiça enfiada goela abaixo
Se a lágrima correr, talvez seja só um convite do sorriso...

domingo, 3 de junho de 2007

Ao vento


Entre os cacos de vidro vislumbro alguma beleza
os fragmentos que buscam ferir também possuem cores vibrantes
Reflexos de promessas, qualquer coisa vaga que se pode partir num instante
Qualquer coisa que se busque ou se encontre sem querer
O efêmero que é a própria essência da vida
e efêmero que é a própria razão de ser
e que por assim ser, evoca o vento
Os dias que passam e aqueles que na memória ficam
mas que de qualquer forma, também passam
As palavras que cortam, as palavras que beijam
as vazias e as carregadas de emoção, mas todas elas palavras
só se tornando algo maior quando o tempo lhes empresta significado
As feridas que ainda sangram e também aquelas já cicatrizadas
todas elas doeram, por todas elas sofremos, por todas elas choramos
a diferença são os vôos do vento
E com o vento fico nesta tarde vazia
que em nada seduz, apenas uma sombra no rosto

sábado, 2 de junho de 2007

Mistérios


Será mesmo que o jogo era só de palavras?
As pistas estão por aí
Flutuando no ar, no tempo, ao vento
Vem comigo?
Agarre sua resposta se puder
Desta vez você dá as cartas
O jogo que você joga eu
jogo há muito tempo
E no entanto não quer dizer que
seja só um jogo
Te descobrir me agrada
Me achar refletida no brilho
dos teus olhos me alegra
Vencer ou ser vencida?
Nenhuma das duas alternativas
sequer passou pela minha cabeça...

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Capricho


Eu não queria, não podia, não devia, não seria prudente, não parece razoável, não faz sentido,
é irreal, estranho, intrigante
Mas é fato.
Estou com saudade!
Me embaralho, me enrolo, nego.
Discuto comigo mesma.
Procuro desculpas, me enterro em qualquer coisa.
Nada me cura dessa vontade de você.
A saudade está aqui e não venha com esse papo: "Como é possível, se..."
Sim, meu bem, te vi mas não pude sentí-lo...
De que adianta então?
Não me satisfaz a pura contemplação da tua carinha atrapalhada!
Quero beijos, abraços, pele, quero sentir o vento no rosto,
Me abandonar à correnteza e te arrastar comigo
que as águas me levem, não importa o destino
Sendo intenso, dure o tempo que durar
Quero mil coisas ao mesmo tempo
e você se encaixa perfeitamente nessa loucura


terça-feira, 29 de maio de 2007

Algumas conclusões importantes - Meu primeiro presente do tempo


Os dias de amor intenso, de paixões revoltosas
vieram me contar que a certeza e a verdade absoluta guardam muitas semelhanças - nenhuma das duas existe
Dias de ansiedade corrosiva e inútil
avisaram-me que compromissos são formas tolas de tentar se obter garantias ilusórias
Quando meus olhos se enganaram com o brilho de outros olhos
entendi que paixão é diferente de simples encantamento
Quando protelei minhas decisões
descobri que deixar para depois é sempre o maior dos riscos
Nos dias que as lágrimas escorreram e me lavaram a cara
compreendi que a dor pode ser inevitável, mas permitir que o sofrimento perdure é mera questão de opção
Certas ocasiões em quem me vi sem mais palavras e nenhuma solução,
me mostraram que tratando-se de sentimentos, às vezes explicar demais confunde mais do que esclarece
Os momentos em que fui implacável e me senti ridícula
fizeram com que eu aprendesse que a palavra "namoro" não oblitera o dever de compreensão
e que amor implica respeito, sobretudo às escolhas alheias
Crises enfurecidas de ciúme
sublinharam que namorar é diferente de possuir
Dias vazios gritaram nos meus ouvidos que
a única fidelidade digna, é àquela aos próprios sentimentos, todo o resto é hipócrita
Desde sempre eu soube que sem amor próprio, não existe amor a mais ninguém,
apenas obsessão
Mas, o amadurecimento me trouxe o equilíbrio para enxergar,
que o orgulho é a camuflagem da insegurança
O mínimo de raciocínio serve para comprovar
que "prender" é diretamente proporcional à "posse", que por sua vez,
é inversamente proporcional à qualquer forma de amor
Um imenso tempo desperdiçado foi
o que me fez entender que supor alguma coisa é quase como jogar na loteria - a chance de acertar, apesar de existir, é bem remota
Os instantes em que sofri com a dor que causei
fizeram com que eu percebesse que, às vezes, machucamos mesmo amando e que
uma ferida dói sempre, ainda que não tenha havido a intenção de ferir
Certas noites em que me perdi no deserto dolorido do "eu sem você"
me responderam que fazer planos é bom, mas estar preparada para abrir mão deles é imprescindível
Nas manhãs ensolaradas carregadas de paz e sorrisos
me dei conta de que amar não implica, necessariamente, estar junto.

sábado, 26 de maio de 2007

Sangue, carne e dentes




Querido, não posso dizer que ele não me comove
que não é parafina quente sobre pele fria
Não posso dizer que seja só mais uma
"travessura da menina má"
Ele é mais que isso porque me faz rir
É mais que isso porque aquela cara
de apaixonado tem o poder de me tornar maleável
Porque ele enxerga alguma coisa a mais
do que todo mundo
Porque é profundo e passional
Porque é deliciosamente impulsivo
E eu me sinto incrivelmente viva
Porque ele é sangue, carne e dentes

domingo, 20 de maio de 2007

Sendo conduzida

Não, meu amor,
não quer dizer que eu não te ame
Quer dizer apenas que tenho meus
dias de "menina má"
Talvez ainda um sinal de que
seja curiosa
e um tanto
incompetente na direção
dos meus pensamentos
Digo ainda que pode ser só
vontade de me abandonar à correnteza
deixar as águas me levarem para
onde bem quiserem
Afinal, talvez haja um bela surpresa
na próxima curva

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Teu quarto


Nos quatro cantos estrelas
Teus olhos que brincam,
meu universo verde
Espaço flutuante que
me torna incontestavelmente tua
Naquele reduto tão meu quanto teu
cheiros de gente
não são cheiros de flores,
não são só perfumes,
são aromas de corpos
é tua pele na minha
Ar úmido de suor
duas bocas sorrindo
almas que se misturam


terça-feira, 1 de maio de 2007

Equilíbrio incongruente



Algo me diz que ainda vai dar samba
posso estar enganada, querido
Enganada pelo meu próprio desejo
mas tem algo chacoalhando aqui dentro
num ritmo que em nada combina com dor
Tem algo me dizendo que você volta
e que dessa vez eu não vou querer errar
Alguma coisa vibra, me pondo de pé
alguma coisa que também me segura
para não correr demais
Brotou um equilíbrio sabe-se lá de onde,
mas que por ser equilíbrio instaura uma
auto-desconfiança aqui dentro
Convenhamos, equilíbrio e eu não
são duas coisas assim tão próximas
Não sei até quando essa ordem permancerá
Talvez desabe logo arrastando panelas com estrondo
Talvez só dure até os útlimos instantes desse dia simpático
Porque só hoje decidi sorrir ignorando
o chato emaranhado de questionamentos
que preciso desfazer...

Sem querer esperar

Meu corpo permanece aquecido pelo
calor da lembrança
Ou seria minha alma que se encheu
de esperança ante ao teu encantamento?
Perguntas, todas tolas, que já não quero responder
Talvez sejam elas, torturantes, minhas grandes inimigas
Ah, querido deite-se ao meu lado e deixe-se ficar!
Desamarre as amarras das tuas determinações
Guarde as convicções numa gaveta bem funda,
para depois esquecer onde as enfiou
Vem, que o tempo não é assim tão amigo
e nunca se sabe o que pode haver no futuro


sábado, 28 de abril de 2007

Minutos indigestos

Engulo as horas
mas não consigo digerir os minutos
Há um travo que ainda não consegui remover
Tento, tento e nada
não que me importe
mas no entanto me incomoda
Não que faça alguma diferença para você
é só que cansei desse espinho
Os segundos, os travos e os espinhos
provocam uma reação química um
tanto estranha, entram em combustão
Algo ferve no meu peito
uma inquietação,
um tremor,
medo e talvez haja algo de euforia também
Hoje o mundo parece suspenso,
estranhamente tenso.
Como se esperasse por amanhã,
pelo próximo capítulo
E eu fico com uma sensação
desagradável de ter atropelado alguma coisa...

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Pequeno parêntese para algumas recordações - completamente desprovido de qualquer inteção literária


E aquele abraço de manhã me acostumou tão mal,
energia boa para começar o dia
Aquele sorriso sempre tão sincero,
que de tão sincero, emociona tolos apaixonados
Um café, um pé torcido, frio na barriga
Medo, paixão e um primeiro beijo
capaz de tirar um desavisado de órbita
Um pedido de namoro, uma queda,
risadas, comemorações acidentadas
Estes somos nós, meu amor - intensos e belos
Declarações sussuradas na última noite de viagem
Assistir aos jogos da copa sozinhos,
mas com direito a cornetas, cervejas, etc, etc.
Um almoço só para dois, um dia
inteiro juntos em um início perfeito
Horas e horas de conversas internéticas
Tantos pontos em comum, quantas descobertas,
músicas, fotos, trocadas pela rede
Uma cerveja que você não se conformava de não ter servido,
naquele mesmo dia tantas histórias contadas
Planos que se compartilham e eu na maior felicidade
Por ter tido meu grande sonho comprado por alguém tão especial
E ainda início de tudo, recordação máxima,
um primeiro e-mail, formal, tímido,
um pedido de desculpas, uma explicação, mudança
repentina de toda uma história

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Era tudo incrivelmente fulgaz


Nunca te contei que mudaria tantos planos por você.
Que com você a Itália fica bem mais longe.
Que com você ela seria apenas meu destino de férias.
Nunca te disse que você abala minhas convicções mais antigas,
e os meus sonhos se transformam.
Que você torna tudo incrivelmente relativo e maleável.
Que o resto do mundo tem sua importância subtraída.
Nunca te contei porque achei desnecessário ou
porque me faltou coragem.
Porque talvez você não entendesse que
tudo isso não era um "por você" transitório,
mas de puro egoísmo do amor imenso que sinto.

De quando a dor atingiu seu ápice - A grande puta desertificadora

E de repente aquela dor rombuda,
vontade de chorar profunda,
que já se tinha ido há dois dias,
Retornou!
E veio me chamando pelo nome,
íntima minha que já se havia tornado
Maltrapilha e cínica, veio com o dedo
metido por entre os buracos que a saudade
escavou no meu peito
Leviana, cobra profana,
Maculadora das lembranças puras
dos amores perdidos!
Astuta e cruel, essa maldita
que a tudo arrasa,
Desertificadora de corações!
Cria miragens, faz saltar apenas as
recordações mais doces,
provocando um sufocamento
em tudo aquilo que não ia bem
Estratégia maligna para abrilhantar
ainda mais seu dramático espetáculo
Profundamente ferida, cansada e besta
afrouxo minhas defesas e espero que ela se vá...

De quando tudo começou a se desviar - Quando rir era tão fácil

Como é difícil querido!
Como é difícil sofrer calada
Reler os versos de dias mais ensolarados
Versos estes, que através de minhas lágrimas, tomam agora novos significados
Como é difícil lembrar de quando tudo era perfeito
E eu tua soberana
Aquele princípio caótico, mas carregado de paixão
Aqueles dias de andar de táxi
De cuidar do teu olho fechado
Que saudade daqueles dias plenos de alegria,
Isentos de dúvidas, quando desconhecíamos uma briga
Quando rir era tão fácil, quando meu grande medo
era de ser tão perfeito...
Dias de conhecer coisas novas
De passar 10 incríveis dias ao teu lado
Sinto uma falta tremenda dos dias em que você acreditava
Acreditava que não eram dois caminhos tão distantes os nossos
Quando ficar juntos não era nenhum sacrifício
E nos encontrávamos no meio da semana a tarde
Saudades, saudades imensas daqueles dias leves,
Sem sequer uma mágoa no olhar...

De quando eu era a dona do teu amor - Desmanche

As lágrimas caem
E eu me derramo
Você se derrama
Me derramo em seus braços
Me derreto aos seus olhos
Minha pele se desmancha
Entranhas se desfazem
E assim resto
Apenas coração e olhos
Coração e olhos em tuas mãos

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Provavelmente acostumada

Hoje tudo me parece um pouco mais simples. Talvez eu tenha apenas me acostumado ao fato da ferida ainda estar aberta.
Espero sinceramente, que não se trate de nenhum tipo de esperança tola. Não creio que isso pudesse me ajudar de alguma forma.
Talvez seja o conforto proporcionado pela tua proximidade nestes últimos dias- teu telefonema, teus e-mails.
Tê-lo por perto é sempre incrível.

Colo

Eu velaria seu sono. Ao menor sinal eu estaria ao teu lado.
O menor desejo pela minha companhia faria com que eu me abalasse para qualquer parte.
Fosse do jeito que fosse, do jeito que você estivesse, independente do que pudesse me oferecer em troca.
Porque eu te amo.
Talvez porque sua doença afugente minha paz ou simplesmente porque gosto de te observar.
Desejo mudo de ter você no meu colo...

terça-feira, 24 de abril de 2007

Reticências no meio do dia


De três em três,
de nove em nove,
de quinze em quinze
Elas se jogam
não mais se derramam
devido a ausência absoluta de tranquilidade
de vinte uma em vinte uma então, jorram...

Vibração

Há tanto tempo eu não via
tua boca formar a palavra "linda"
O desenho dela nos teus lábios me comove
A vibração da tua voz
é capaz de sacudir meu mundo,
instaurar o caos,
arrancar lágrimas
Lágrimas que de tão profundas,
tão vorazes,
me engolem nelas
São as tuas lágrimas
pois só a tua ausência
me faz chorar assim
Querer gritar de desespero
me inundar de medo
me encolher diante da
perspectiva de nunca mais tê-lo ao meu lado
A dor do eu-sem-você,
a dor do medo-de-você-com-qualquer-outra,
Dor do meu futuro sem você nele,
da esperança enterrada bem fundo,
do meu olhar sem brilho

Sem arrependimentos


Mesmo essa lembrança dolorida me consola
De qualquer forma é a tua lembrança, não é mesmo?
Independente de quantos litros de lágrimas eu
já tenha derramado de saudade
Não me arrependerei de nada
Ainda que o medo do que
está por vir seja insuportável
Mesmo com a esperança assassinada
Até mesmo ante a perspectiva
de uma espera de anos
que nem ao menos certeza tenho
de que deixará de ser espera
Ah, querido como é infernal
conviver com essa dor que
de tão imensa me ocupa inteira
Porque ela não existe em mim
sou eu que existo nela!




A ferida de mil cascas


Não é teu corpo,
mas teu espírito que me faz falta
Aquele sentimento de tanto tempo
que agora você nao entende
Como é difícil separar você de mim
Como sofro tentando separar
estes dois caminhos indivisíveis
Tentando, à força, cicatrizar
a ferida que ainda não parou de sangrar
Quantas cascas já teve esta ferida?
Com quantos curativos ja tentei
tratá-la sem sucesso?
Em quantos ombros já
procurei abrigo?
Já não sei...
Já me perdi de mim
nessa busca, nessa luta,
nessa rebeldia inútil contra
as lágrimas da solidão
Solidão que ninguém preenche
Homem nenhum é capaz de ocupar teu espaço
Me dissolvo em lágrimas e
por você me reergo
Não me importa quem seja
a estrelinha da vez
Ninguém mais me importa
Quero você, quero você outra vez
Mesmo sabendo que não pode ser
Mas num sonho pode
Num sonho tudo pode
Nele não me preocupo,
apenas relaxo
Nele sou tua e
você me ama
O sonho - um abraço morno